A CPI do Cachoeira
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
Aos trancos e barrancos vão se desenvolvendo as atividades desta Comissão Parlamentar cujos principais eventos têm sido a negociação dos nomes dos convidados a depor e não, realmente, o esclarecimento dos fatos que lhe deram origem. Que Lulla desejava atingir o governador Perillo (seu detratante no Mensalão) ficou absolutamente claro.
A segunda manifestação, por ordem de importância, foi a conversa (gravada) entre o governador Sergio Cabral e o deputado Vaccarezza, sintetizada pelo mau português do último garantindo ao primeiro que não seria convocado. Isto equivale a dizer que não serão pesquisadas as origens da relação entre Delta/Cabral/Lulla, onde o bicheiro exercia o papel menor de Caixa-2 da operação que levou a empreiteira de uma inexpressiva atuação ao primeiro lugar entre os contratados do PAC.
Se a conversa entre Cabral e Vaccarezza tivesse sido mais longa, certamente terminaria com uma ameaça de Cabral. Sim, ele seria o responsável por nacionalizar a empreiteira do seu ex-quase parente. Quem “nacionalizou” a volta de Fernando Cavendish foi o governador do Rio quando o conduziu a Lulla pelo PAC – sem sombra de dúvida, o maior contratante da empreiteira.
Se realmente se quisesse chegar à origem do festival de grandes gorjetas, nem Cabral e muito menos Lulla poderiam ser esquecidos na CPI do Cachoeira.