Liberdade de união conjugal e liberdade de mercado

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BERNARDO SANTORO*

Fui surpreendido hoje com uma excelente matéria do Globo sobre efeitos econômicos do direito, o que é coisa rara de ser ver no Brasil, e mais ainda no nível que foi. O título da reportagem já resume bem o seu objeto: “Mercado de produtos para casamentos gays não encontra preconceitos“.

De acordo com o texto, com a recente liberação das uniões afetivas e casamentos homossexuais (as uniões afetivas já eram registradas por alguns cartórios), todo um novo mercado relacionado às festas de casamento cresceu. Com isso, empregos foram criados, a economia expandiu, preconceitos foram ignorados e a redistribuição de renda se deu de maneira natural.

Como assim, redistribuição de renda? Explico. Casais homossexuais, em regra, por não possuírem filhos e focarem muito na sua carreira profissional, costumam ter alto poder aquisitivo. Logo, esse novo mercado possibilita também a redistribuição de renda de indivíduos mais ricos para indivíduos mais pobres, não de maneira violenta como faz o estado, mas de maneira voluntária, através da prestação de serviços.

A verdade é que, ao contrário do que é pregado de maneira recorrente pela esquerda, o verdadeiro mecanismo livre de preconceitos é o livre-mercado. Na ânsia por satisfazer suas próprias necessidades e enriquecer, agentes econômicos ignoram seus preconceitos e trocam produtos e serviços com pessoas que, a princípio, não teriam nenhuma relação, salvo, talvez, uma relação de ódio.

Daí vermos, com muita frequência, homofóbicos prestando serviço a gays, racistas prestando serviços a pessoas de outras raças, elitistas prestando serviço a pobres, e até comunistas prestando serviço a burgueses(!), em uma grande manifestação de tolerância universal via comércio.

E esse pensamento se aplica até em comércio internacional. Quando países comercializam, a probabilidade de se engajarem em guerra uns com os outros diminui dramaticamente. Como dizia o grande economista e parlamentar francês Frederic Bastiat, “se bens pararem de cruzar as fronteiras, os exércitos o farão”.

Portanto, diga não ao preconceito. Pratique comércio e enriqueça!

*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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