“Liberdade versus socialismo” no trânsito brasileiro
BERNARDO SANTORO*
Uma das grandes queixas de quem vive nas grandes cidades é a questão do trânsito, que encontra-se cada vez mais deteriorado. Enquanto isso, a produção de carros bate recorde no Brasil, prometendo mais veículos na rua. O problema do trânsito se mostra cada vez mais insolúvel por uma questão simples: é uma luta entre o modo de produção capitalista e o modo de produção socialista.
O carro é produzido de modo capitalista no Brasil, ainda que restrito por regulações, impostos e protecionismo. As montadoras visam lucro e há um estímulo natural para uma produção cada vez maior.
As ruas são produzidas de modo socialista no Brasil, com o estado arrecadando impostos e promovendo, através de seus órgãos de estradas e rodagens, a criação, produção e realinhamento das vias públicas, ainda que com alguma parceria público-privada, no caso das estradas concedidas.
Ao longo da história, sempre que esse embate aconteceu, o socialismo se mostrou capenga. Atualmente, nem mesmo socialistas conseguem defender que o modo de produção socialista é mais eficiente, focando a crítica no fato de que, mesmo mais eficiente, o modelo capitalista seria mais “injusto”, o que não é verdade, pois há uma íntima correlação entre os países com alto IDH e os bem ranqueados no índice de liberdade econômica.
Como não é de interesse da sociedade brasileira piorar o modelo de produção de carros (capitalista), fica a pergunta: quando se mudará efetivamente o modelo de produção de ruas (socialista) no Brasil?
*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL