Artistas: a categoria com mais corruptos da sociedade

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Sempre me lembro da primeira vez que tive contato com um artista, Kleber Galveas, pintor capixaba. Fui muito bem recebido. Ouvi dicas sobre materiais, técnicas e estilos, porém, o que mais me marcou foram suas palavras a respeito do papel do artista na sociedade.

“O médico salva vidas todos os dias, mesmo assim, poucos vão até ele lhe agradecer. Ninguém quer saber a opinião dele sobre o mundo. A sociedade só quer que ele faça seu trabalho”, disse, e prosseguiu… “ao mesmo tempo em que o artista detém a atenção da maior parte das pessoas. Todos querem saber sua opinião sobre tudo. Por isso é sua obrigação denunciar o que enxerga de errado. Quer ganhar dinheiro, então ganhe de forma honrada, sendo crítico, não se calando diante dos absurdos do mundo”. Como se fosse pouco, finalizou dizendo que “uma das piores formas de corrupção é a conivência de um artista”.

De fato, Kleber Galveas era tudo aquilo que ele cobrava que os outros fossem. Minha admiração e agradecimento por sua boa influência é tão grande que fazem mais de 10 anos que parei de acompanhar suas publicações para não correr o risco de me decepcionar.

Daquela conversa até os dias de hoje, muita coisa aconteceu em minha vida e no Brasil, o que me levou a uma dolorosa conclusão: Que os artistas são a categoria mais corrupta da sociedade – as exceções que falem por si. Políticos são exatamente o que a maioria das pessoas enxerga, enquanto os artistas são exatamente o oposto daquilo que as pessoas acreditam que eles sejam.

Não houve, na história da humanidade, sequer um regime totalitário que não tenha contado com o apoio de grande parte dos artistas.

Sou do tempo − um tempo cada vez mais esquecido − em que a grande maioria dos artistas brasileiros criticava, acusava, ridicularizava e hostilizava o governo. Um tempo em que os artistas se diziam indignados com a pobreza, com a violência, com o desperdício de dinheiro público, com a corrupção, com os privilégios dos políticos, com o aparelhamento do Estado e com as ameaças à liberdade de expressão. Cá estamos…

O silêncio de uns e o apoio de tantos artistas ao atual governo nos daria a certeza de que o Brasil se transformou num país maravilhosamente desenvolvido se não fosse a realidade à nossa volta. Uma realidade que deveria provocar em todo cidadão algumas perguntas: Por que a maioria dos artistas apoia um governo tão criminoso? Por que os mesmos artistas que já “lutaram” contra a ditadura brasileira, apoiam a ditadura cubana e venezuelana? Por que os mesmos artistas que apoiam partidos que têm como referência as ideias de ditadores sanguinários como Lenin discursam em favor da liberdade?

Respondo: Porque a grande maioria dos artistas não se guia por princípios de honestidade, de coerência ou de respeito à liberdade e aos esforços das outras pessoas. Seu princípio se entrelaça ao ideal socialista que diz que uns devem trabalhar em função de outros, no caso, que a sociedade deve trabalhar para manter a produção, a vida e os prazeres dos artistas; porque eles se enxergam seres especiais, iluminados, os personagens mais importantes da sociedade. O apoio que manifestam a um governo é diretamente proporcional à expectativa de conseguir desse mesmo governo o financiamento para seus projetos, cujos fins não têm nada de semelhante com o altruísmo que pregam. Artistas rejeitam a possibilidade de estarem sob um governo realmente liberal porque sabem que seriam obrigados a captar recursos na sociedade, no mercado, o que para eles seria uma grande humilhação.

Enquanto pessoas comuns precisam trabalhar duro para conseguir o que desejam, artistas investem no discurso socialista como meio de ser reconhecido como um agente publicitário do Estado. Quando dizem “arte pela arte”, na verdade estão dizendo “arte pela arte com o dinheiro da sociedade, por meio do Estado”, independentemente se o trabalho de cada um agrada ou não o grande público.

Explica-se assim a íntima relação entre eles e os intelectuais. Ambos engajam-se em transformar o Estado no financiador de seus projetos, o que acaba fazendo com que um dê suporte ao outro. Os intelectuais, principalmente os da academia, defendem fervorosamente uma maior presença do Estado na sociedade porque sabem que, de outra forma, não conseguiriam bancar seus projetos, já que a quase totalidade deles são pessoas desprovidas de qualquer talento que possibilite pagar contas.

Essa estratégia cria grupos de artistas privilegiados, agraciados com volumosas verbas estatais. Estes artistas enriquecem, acumulam patrimônio e passam a rarear suas apresentações para evitar a “vulgarização” de sua imagem, o que significa nada menos do que se qualificarem como grife, algo desejável por todos, mas acessível a poucos. Mesmo com essa postura burguesíssima, esses artistas mantém o discurso socialista defendendo o PT do conforto de seus apartamentos nos melhores bairros da cidade, criticando a burguesia durante bebedeiras em bares descolados, publicando frases espirituosas nas redes sociais através de seus smartphones e apesar de se dizerem contra as grandes corporações capitalistas, nunca rejeitam seus patrocínios nem seus convites para estrelar campanhas publicitárias.

Comprova-se a promiscuidade da relação entre artistas e Estado também nas grandes exposições de arte, quase sempre viabilizadas por meio de editais que favorecem apenas aqueles que têm o suporte de grandes galerias e a simpatia de curadores e críticos de arte, que em sua maioria vive à custa do governo. Quase como regra, principalmente quando se trata de arte contemporânea, estas exposições reúnem trambolhos cuja razão só consegue ser expressa por meio de um texto chatíssimo escrito por algum curador, comprovando que o dinheiro público não é usado para se agradar o público, mas sim para financiar as masturbações filosóficas, existenciais e ideológicas de um pequeno grupo de pessoas, a verdadeira elite.

Se a maioria dos artistas mais famosos se guiasse por princípios de honestidade, de coerência e de respeito à liberdade e aos esforços de outras pessoas, eles liderariam a revolta contra esse governo absurdamente corrupto, incompetente, irresponsável e autoritário; fariam grandes manifestações pela libertação do povo cubano e pelo fim do regime bolivariano na Venezuela. Mas não… A necessidade de autopreservação dos artistas lhes diz que devem apoiar todo e qualquer absurdo da esquerda. A esquerda no poder significa dinheiro no bolso dos artistas; e os artistas que defendem o socialismo sem receber dinheiro do governo o fazem simplesmente porque alimentam a esperança de um dia receber. Para tanto, toda a produção cultural deve seguir a cartilha socialista, que pode ser resumida na propagação de duas falácias: Que o capitalismo é a causa de todos os males do mundo; que a desigualdade é uma desgraça e em si mesma e que a única forma de combatê-la é por meio de um Estado forte e presente na vida de todos. O que envelopa toda essa cretinice são os discursos por um mundo mais justo, mais tolerante, moldado pelo amor… Um mundo liderado por aqueles que têm como referência as ideias e os procedimentos de pessoas que só se mantiveram no poder por meio da força.

Eu, como artista independente, continuo preferindo um mundo moldado pela frieza e objetividade de cientistas e empresários, pois é o trabalho e o talento deles que realmente melhora a vida das pessoas.

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

7 comentários em “Artistas: a categoria com mais corruptos da sociedade

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    23/09/2015 em 1:10 pm
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    Infelizmente a formação do artista atualmente é bastante dirigida ao progressismo e ao marxismo, tanto tradicional quanto cultural, e isso acontece inconscientemente, raras exceções. São influenciados por pensadores como Plekhanov, Adorno, Max Weber, Focault, Levi-Strauss, e na maioria das vezes não existe uma relação comparativa com outros autores não-revolucionários. É obvio que me refiro a categoria de artistas que frequentam universidades, que tem títulos e estudam sua Arte num sentido até ontológico, o problema é a direção que lhes é dada. Eu lembro da Unesp, matérias como Estética e Musicologia eram recheadas desses autores que citei, tive que criar uma relação antitética por mim mesmo, se fosse pelos professores, era só marxismo e Escola de Frankfurt. Junte a essa influência uma tendência de liberação de práticas morais e éticas advinda totalmente dos anos 60 e da Revolução sexual. Conheci muita gente na época da UFRJ, há uns 15 anos atrás, alunos de Belas Artes, que execravam a Arte advinda de qualquer tradição, eles pregavam uma “ruptura” com o passado, bem ao estilo semana de 22 e o movimento antropofágico, o que bania ao degredo completo toda Arte e pensamento filosófico ocidental até o século XX. Mas como um artista pode desenvolver uma atitude estética sem a reflexão sobre o passado, principalmente a Academia Florentina que direcionou a Arte ocidental do cinquecento em diante? Fazia essa pergunta a eles, mas a resposta era sempre a mesma… “ser revolucionário é romper com esse passado (burguês?!?)”. Agora, quanto aos “artistas” midiáticos, cinema, TV, Teatro (atuais), modelos e músicos “populares”, a resposta é óbvia, são filhos e netos dos anos 60, são as vítimas eternas da ditadura militar, gente como Clarice Falcão, Gregório Duvivier, Paula Fernandes, José de Abreu, e muitos, mas MUITOS outros, que se for citar um por um, ficaria aqui a semana inteira, esses tem sua mentalidade dirigida totalmente pela famigeração, o amor pelo sucesso e pela vida hedonista que dele decorre justifica qualquer coisa, e isso é bem maquiavélico mesmo, os fins justificam os meios. Já ouvi de atores que sua conduta era livre de fatores restritivos, como a moral por exemplo, que não estavam situados em uma sociedade como referência de valores, mas que eram eles que deviam subverter esses valores e conduzir a sociedade a um novo paradigma de conduta e pensamento (?!?!?!?) São, o que se considera no Partidão, agentes de transformação social. Bom, pra finalizar, eu tenho vergonha alheia dessa “classe artística”, apesar de conhecer e de ser conhecido de alguns dos seus representantes, que exaltam Che Guevera, Jean Wyllys, Mujica e congêneres. Além de serem corruptos, são mesmo é corruptores.

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    23/09/2015 em 2:31 am
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    Faltou pesquisar mais. Se tivesse pesquisado de forma honesta e não essa coisa maniqueísta aí veria artistas sendo perseguidos ou pressionados ou censurados em diversos regimes totalitários. (não vou relacionar cronologicamente:) Hitler (um artista figurativo frustrado) perseguiu e classificou os expressionistas e cubistas como deformadores da realidade e fazendo apologia da imperfeição. Stalin mandou matar ou pra Sibéria vários artistas suprematistas contrários ao seu regime. O “democrático” EUA caçou artistas como Charles Chaplin e depois se aproveitou dos royalties de suas criações. Da mesma forma os criadores do Superman nunca tiveram os direitos de sua criação milionária em vida, soterrados pela máfia corporativa da DC Comics. Recuando no tempo, até MIchelangelo teve que se curvar à Igreja Católica ainda no ritmo da Santa Inquisição que queimou vários artistas. Muitos outros artistas foram perseguidos por expressar ideias e visões que nada tinham a ver com os regimes dominantes. CLARO, existem, sim!, artistas a serviço do totalitarismo! A história da arte está cheia delesE Escritores de artigos, por exemplo, que usam as palavras em argumentos desonestos com fundamentação rasa… pra quê?… Pra se manter em algum tipo de status, presumo. Esse Instituto Liberal cansa…

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      29/09/2015 em 1:33 pm
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      Mortimer, acho que ele está falando especialmente dos artistas no Brasil, muitos foram perseguidos à época da ditadura, eram aqueles que cerravam os punhos contra os ditadores militares, como Chico Buarque, mas tal como Chico, impressionantemente se calam sobre o que ocorre em Cuba e na Venezuela, e continuam hasteando bandeirinha para o nosso próprio governo, que, além de apoiar abertamente esses regimes, estão subjugando a cada dia mais nossa população. Estamos desempregados, pagando cada vez mais caro por recursos básicos e aqueles que deveriam ser a nossa voz, estão nos dando as costas, como Zé de Abreu e nos forçando esse governo.

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    22/09/2015 em 10:44 pm
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    Excelente!!!

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    22/09/2015 em 9:36 pm
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    O sujeito se diz escritor mas não sabe que o correto é “faz mais de 10 anos”, e não “fazem”. Perdeu a credibilidade e não deu pra continuar lendo.

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      22/09/2015 em 10:43 pm
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      Parou de ler porque é esquerdista patológico.

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        23/09/2015 em 12:00 pm
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        Hahaha, claro que não, fera. Sou liberal até os ossos, libertário, seguidor de Mises e Milton Friedman. Tenho pavor de Dilma e PT, e votei no Aécio. Contudo, gramática não tem ideologia, meu amigo. O sujeito se diz escritor e comete um erro grosseiro de português? Desestimula a leitura, sim. Para de achar que tudo é ideológico, que isso é cosia de petista e de esquerdista patológico.

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