DE: Chicago PARA: Joaquim Levy

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jlevy

Caro Levy,

A você demos o título de Ph.D. em Economia e isto lhe impõe certas responsabilidades. Como bem sabe, nestes 45 anos que se passaram desde a criação do Prêmio Nobel para economistas, nada menos que 30 professores laureados eram de alguma forma associados à Universidade de Chicago. Milton Friedman e Friedrich Von Hayek, ex professores nossos, só ficam atrás de Karl Marx, Adam Smith e John Maynard Keynes nas citações na literatura, o que os coloca entre os 5 economistas mais influentes da História. Milton Friedman, seu mestre, é considerado por muitos, inclusive pelo keynesiano Gregory Mankiw, de Harvard, como “o economista do século XX”. Influenciamos sobremaneira a revolução liberal da segunda metade do século passado, ajudando a moldar a política econômica de Reagan e Thatcher e dando as bases para o processo de globalização que viria atingir inclusive a China. Aí, na sua América Latina, colegas seus, orientados por nossos professores, transformaram o Chile, de um país apenas mediano na década de 70, na economia mais rica da região em termos per capita e no país menos corrupto, já que a redução com simplificação do Estado é a melhor receita para o combate da corrupção. Nada impede que o mesmo processo saneador possa ocorrer no Brasil,

Ficamos satisfeitos em ver que, num momento de quase desespero, diante de tantos problemas acumulados por imperícia da atual equipe econômica, o nome de um típico “Chicago-boy” tenha sido lembrado para correções de rumo e para evitar a perda do grau de investimento do Brasil. Entretanto, como você está bem ciente, a situação chegou a um ponto crítico onde não restam graus de liberdade para os gestores da economia. Seja na inflação, no crescimento, nas contas correntes, nas contas públicas, na confiança empresarial, para onde quer que olhemos, o quadro é preocupante. Até nas reservas externas passamos a correr riscos, caso não se altere a percepção das agências de “rating” em relação ao Brasil.

Pois bem, diante de um quadro dramático como este, um só Ministro ciente do que precisa ser feito não basta para a obtenção de resultados consistentes. É obra para todo um governo que precisa estar imbuído dos mesmos convencimentos sobre a natureza dos problemas e sobre as melhores medidas a serem implementadas. É aqui que começam nossas preocupações. A Presidente não acredita no nosso receituário e pode ser tida como adversária de nosso ideário liberal. Tememos que esteja usando o prestígio de um novo ministro perante o mercado apenas para evitar crises iminentes. Ao anunciar a sua escolha oficialmente, não se deu ao trabalho de prestigiá-lo comparecendo à entrevista. Seu companheiro de Ministério fez questão de lembrar a todos que você, Levy, seria Ministro de um governo reeleito pelo voto popular, sinal portanto de continuidade. Em lugar de uma posse com todas as pompas de praxe, onde comparece usualmente metade do PIB para o beija-mão e se faz a apresentação de uma equipe ministerial consistente, foi-lhe oferecida uma salinha de transição no terceiro andar do Palácio, onde você ficará dependente dos préstimos de ministros veteranos que, diga-se de passagem, não lhe dedicam qualquer apreço. Parece que você está sendo devidamente “enquadrado” num sistema pré-existente e tratado simplesmente como um assessor da “Presidenta” para assuntos de cortes orçamentários. Para quem imaginava que você chegaria com espírito de curador interventor, com total liberdade e autonomia para gerir a economia, foi uma decepção.

Caso se confirme um quadro de limitações e impedimentos para a adoção de uma administração nos moldes Palocci/Meirelles, sua gestão não terá êxito e os resultados negativos serão debitados a você e a seu liberalismo ortodoxo. Portanto, daqui de Hyde Park, Chicago, desejamos que você consiga contornar as dificuldades e honrar a tradição que carrega em seus ombros de coerência e sucesso no trato da economia. E que nunca abandone seus princípios!

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Rubem Novaes

Rubem Novaes

PhD em economia pela Universidade de Chicago e colaborador do Instituto Liberal-RJ. Foi professor da EPGE/FGV, diretor do BNDES e presidente do SEBRAE.

9 comentários em “DE: Chicago PARA: Joaquim Levy

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    02/12/2014 em 10:39 pm
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    A luta pela liberdade é inglória!
    Vejo os “intiligentis” e chiquérrimos liberalóides insistirem EXCLUSIVAMENTE ou, no mínimo, PRIORITÁRIAMENTE no EMBUSTE ECONOMICISTA, como se tal pudesse convencer a massa adestrada ideológicamente, não com discursos tecnicos, mas com perorações morais.

    O fato que os ditos liberais, exclusivamente UTILITARISTAS, desprezam completamente a idéia de moral. Jamais questionam: “isso é justo?”. Preferem o blá blá blá moralóide fundado exclusivamente na eficiência econômica.

    Ora, o sucesso de Marx, a despeito de ser fartamente financiado por aristocratas, tradicionais e iniciados nos poderes estatais, inconformados com os “novos ricos” burgueses tidos por “grosseirões” sem a fissesse ou tradição empresarial dos estabelecidos, foi exatamente o APELO MORAL sobre a “injustiça da exploração” dos trabalhadores (operários) a quem atribuia o direito sobre os bens produzidos desprezando o trabalho intelectual dos empreendedores. Afinal, Marx reconhecia o direito do capitalista a receber de volta o capital investido sem juros. Já que Marx se valeu da LEI da USURA religiosa como mais um dos pontos de seu SINCRETISMO com a velha ideologia pobrista e sentimentalóide.

    A referência ao “horroroso” ACUMULO de CAPITAL como norteador do insensível sistema que estaria impondo um “meio de produção” injusto, foi um apelo à moral que condenava o “acumulo de tesouros na Terra” e que se difundia através da propaganda ideológica estatal.

    É comum que descerebrados e reguioçosos mentais se dediquem a reverberar clichês ou mais propriamente PAPAGUEAR bordões, frases de efeito, gritos de guerra, slogans e mesmo SIMIESCAMENTE IMITAR indignação moral na tentativa de sentir o simulado orgulho (soberba) daqueles que se valem de dogmas incessantemente repetidos para exibirem-se moralmente superiores. O ser humano tende a buscar a potência moral ou a chamada honra como a opinião favorável do meio sobre si (Schopenhauer), mesmo que os discursos difiram enormemente das práticas. Afinal, o humanos possui uma moral (arbitrária) dupla: uma que exige dos outros e outra que pratica sob a anuência de seu grupo interessado.
    Carl Jung brilhantemente percebeu que o indivíduo sob o apoio de seu grupo é capaz de atitudes que jamais realizaria se sozinho com sua consciência. O fato é que o apoio externo tende a suprimeir os julgamentos da própria consciência, fazendo com que o indivíduo despreze o apoio da própria consciência em beneficio do apoio externo, que nada é senão uma moral particular para o grupo e do interesse deste. Daí que socialistas não se envergonham de clamarem por democracia e defenderem Cuba ou a velha URSS como preferências honrosas. Afinal, encontram manifesto apoio em muitos que compõem seu grupo e simpatizantes. Esse apoio de aparência esquizofrênica nada é senão conveniência e estratégia de dominação: se atacados invocam o sentimentalismo moralóide, mas se em superioridade para atacar invocam a glória dos justiceiros.
    Assim, sempre poderão contar com apoio de seus pares a valorizarem-se mutuamente como detentores de uma “moral superior” FUNDAMENTADA EXCLUSIVAMENTE NO CONSENSO FORJADO NO APOIO OSTENTADO aos COMPANHEIROS IDEOLÓGICOS.

    Afinal, uma IDEOLOGIA não é FILOSOFIA e tão pouco uma TEORIA.
    Uma ideologia se justifica no pretenso conceito dos FINS que APREGOA como a consequência do suposto estudo de ideias para atingi-lo.

    Ou seja, as ideologias dispensam qualquer coerência ou realidade em suas recomendações comio meios, pois que o “OBJETIVO SUPREMO” assim propagandeado, como se um valor objetivo, absolve a ideologia de qualquer coerência ou realidade, pois que os meios são mera contingência, já que a força esta no alardeado FIM a que afirma-se pretender alcançar. Desta forma o “objetivo supremo” é o FIM REDENTOR de todas as arbitrariedades em seu nome propostas.

    Exatamente por isso um seguidor ideológico não cora diante das incoerências da ideologia adotada e até se permite molda-la a seu interesse tanto quanto inventar justificativas mirabolantes na desesperada tentativa de fazer um amontoado de ideias desconexas parecerem minimamente aceitaveis, de forma que as arbitrariedades ideológicas são “justificadas” através de novas alegações arbitrárias igualmente desconexas num amontoado de asneiras que se contradizem escandalosamente. Isso não incomoda aqueles que desprezam a própria consciência interessados apenas no APOIO GRUPAL ou apoio comunitário COMO SE UMA CONSCIÊNCIA EXTERNA SUPERIOR A CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL. Não por acaso ideologias tendem a ser essencialmente coletivistas em franco desprezo pelo indivíduo que deve sempre prezar “o outro” e sobretudo “os outros” em detrimento de si mesmo. Essa é a IDEIA COLETIVISTA onde “EGOISTA é TODO AQUELE QUE FAZ MAIS POR SI MESMO DO QUE POR MIM”.
    Ou seja, a ideia do coletivismo é exatamente o EGOCENTRISMO que amaldiçoa o EGOÍSMO. Ideológicos não apenas almejam fazer por si mesmos, mas que todos os demais se tornem meras ferramentas de seus desejos.
    Assim os defensores do “altruismo” oscilam entre o altruismo alheio que os beneficie e o altruismo alheio visa reduzir desfrute do beneficio da própria capacidade alheia. Ou seja, o decantado “altruísmo” como valor moral se presta tanto util à COBIÇA quanto útil à INVEJA.

    …e tudo isso sob o amparo de uma moral sentimentalóide que amaldiçoa a racionalidade nos julgamentos. Aliás as morais coletivistas se opõem a QUALQUER JULGAMENTO racional, pois que havendo efetivo JULGAMENTO todo o amontoado desconexo das ideologias se esfarelarão como titica ao sol. Daí que julgar segundo parametros objetivos e coerentes é condenado por TODAS AS IDEOLOGIAS e seus sentimentalismos moralóides, como FRUTO da INSENSIBILIDADE e mesmo da MALDADE INDIVIDUAL e individualista.

    Logo, toda moral ideológica se propaga através de GRITARIAS FRENÉTICAS, repetição aleatória de slogans comoventes que nada explicam, gritos de guerra e louvações verbais sem base alguma; o fomento de clichês sentimentais e perorações desconexas que visam apenas comover sem nada esclarecer sobre a realidade das recomendações ideológias.
    A TEORIA ou FILOSOFIA diferem das ideologias porque não concebem “objetivos supremos e redentores”, mas sim PARTEM de PRINCIPIOS axiomátiocos e conhecimentos para prosperar em novos conhecimentos. Priorizando o JULGAMENTO DOS MEIOS que naturalmente REALIZARÃO objetivos naturais e não objetivos fantasiosamente idealizados para aliciar adeptos e “soldados” para a “causa maior” que a tudo justifica, até mesmo a sua mentira, a farsa e o futuro incerto de sua impossível realização. Afinal, um amontoado de idéias desconexas jamais poderão realizar o FINAL PROMETIDO ou PROFETIZADO em apelos sentimentais para o assanhamento de platéias ansiosas por consolo e ressentidas com o próprio fracasso tanto quanto de oportunistas que vislumbram vantagens mais objetivas.

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    02/12/2014 em 10:17 am
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    Pois eu penso justamente o contrário. Tudo o que a economia neoliberal faz é promover o acúmulo de renda e capital para poucos, o aumento da disparidade entre as classes sociais. O mito do “trickle down” permanece, apesar de todas as evidências de que isso não acontece. O neoliberalismo só é influente, só ganha nobéis, porque a classe dominante promove essa ideologia em proveito próprio. Os exemplos citados nos mostram isso. Nos governos de Reagan e Tatcher a desregulamentação do sistema financeiro deu origem ao pior tipo de capitalista, aquele que suga todos os recursos das nações em nome de uma suposta prosperidade economica, que ainda que aconteça, nunca é partilhada com os cidadãos. A economia americana cresceu, é fato, mas o crescimento se concentrou nas mãos de 0,01%. Enquanto a renda e capital dos milionários e CEOs cresceu assustadoramente, o salário mínimo nestes países ficou estagnado. Neoliberalismo é no fundo liberdade para o capital, e servidão para o povo. E agora a Dilma quer implementar esse modelo falido aqui. Decepção, muita decepção.Melhor um país com crescimento baixo e igualdade social, do que uma potência econômica que só serve aos interesses dos mais ricos. Porque será que a visão do Krugman, do Thomas Pikety, não são levadas em consideração, ainda que seus modelos teóricos expliquem muito bem a disparidade econômica que se vê nos países que seguem a religião neoliberal? Simples, porque não interessa a quem detém o poder econômico. E assim essa farsa chamada neoliberalismo se perpetua, beneficiando quem faz as regras do mercado, e atrasando a vida de todos que têm que trabalhar cada vez mais, produzir cada vez mais, e recebendo cada vez menos por isso.

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      02/12/2014 em 1:11 pm
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      Meu caro Jason, ainda bem que você pode pensar ao contrário. A liberdade de pensamento é um privilégio das sociedades liberais e que fortalecem as forças de mercado. Todas as sociedades ditas igualitárias que conheci começam com a preocupação social e terminam destruindo a liberdade, a começar pela revolução francesa, país do nosso Picketty Liberdade, igualdade e fraternidade acaba mesmo é na maldade e supressão da liberdade. Já os regimes liberais que privilegiam o mercado sempre acabam com mais afluência, democracia e liberdade, basta olhar a História,,, e não se preocupe com a Dilma, não há a menor hipótese dela ter esse surto de bom sendo e adotar o liberalismo no Brasil. Esse movimento dela está mais para a NEP de Lenin, dois passos para frente, um para trás.

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        02/12/2014 em 2:59 pm
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        Amigo José Carlos. Em primeiro lugar, liberdade de pensamento e de expressão são coisas diferentes. Mas isso é detalhe. O caso é que existem sim vários exemplos de países com políticas de esquerda que experimentam crescimento econômico sem deixar de lado a igualdade (ou pelo menos uma menor desigualdade) social. Finlândia, Suécia, Holanda, e vários outros países nórdicos têm sistemas de governo que propiciam boa qualidade de vida para toda a população, sem cair na sanha neoliberalista que causa tantas disparidades sociais. Mas estes exemplos quase nunca vêm à tona porque desmontam o argumento de que só a “mão invisível do mercado” pode gerar prosperidade, quando o que mais se vê é o contrário. A própria Islândia deu provas disso há alguns anos quando seus principais bancos quebraram – atrelados que estavam ao sistema financeiro internacional. Enquanto países como os EUA e Inglaterra resgataram os bancos “too big to fail” com dinheiro público, deixando a conta para a população, que viu sua qualidade de vida diminuir, a Islândia fez o oposto, deixando os bancos quebrarem enquanto priorizava os investimentos no capital humano, que é o que faz de um pais, um país. Já a Grécia, por exemplo, seguiu o modelo imposto pelo IMF, acabando com benefícios sociais, achatando os investimentos em infraestrutura, e também consequentemente, diminuindo seu crescimento. Ou seja, a resposta não está em imitar Cuba ou Venezuela, mas em trilhar o caminho destes países, que promovem um “capitalismo humanitário”, por assim dizer. Acredito no livre mercado, na livre iniciativa, e em outros fundamentos capitalistas. Porém o capitalismo de hoje – o neoliberalismo – é falho porque seu fim não é o bem estar para todos, mas o lucro para poucos (ainda que o discurso seja outro). E temos evidências históricas nesse sentido. Até os anos 80, por exemplo, o sistema financeiro americano era razoavelmente bem estruturado, com a separação de bancos e fundos de investimentos de Wall Street. Reagan, seguindo a cartilha neoliberal, acabou com essa separação, deixando que bancos se fundissem com empresas de investimentos. Os bancos, obviamente, usaram o dinheiro em caixa para apostar na bolsa, gerando milhões para seus CEOs e acionistas. Mas o resultado dessa resregulamentação foi uma das piores crises financeiras da história, da qual os americanos ainda não se recuperaram. O que nos diz que o neoliberalismo, essa fé cega na mão do mercado, não funciona, porque, apesar do que o autor do artigo sugere logo acima, a corrupção não acontece só em governos, mas também em mesas de diretoria de grandes empresas. É preciso um sistema regulador, é preciso estabelecer limites para a atividade dos bancos, para que crises como esta não voltem a acontecer. O problema é que os grandes financistas – gente muito mais graúda que eu e você – sabem ganhar dinheiro mesmo na crise, aliás, apostam nela para encher seus bolsos. E por isso criam think tanks, pagam jornalistas, e fazem de tudo para vender uma ideologia furada como a salvação da pátria. Mas todo mundo sabe que bancos e corporações há muito não tem pátria. Tem apenas seus próprios interesses em vista, e a certeza de que podem confundir o mundo para continuar recheando suas carteiras enquanto quem faz o país crescer vê seus empregos sendo exportados para quem trabalhar por menos. Uma “race to the bottom” onde poucos, pouquíssimos ganham de verdade.

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          02/12/2014 em 5:06 pm
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          Jason, não acho que esses maus exemplos que você citou sejam consequencia do liberalismo. Como a gente sabe, uma bandeira pode se prestar a muitos propósitos. Usaram a teoria liberal para uma desregulamentação desenfreada e como se viu, inconsequente em alguns casos por credo e em outros por interesses mesquinhos. Essa crise de 2008 prestou o maior desserviço à causa liberal e aos princípios de mercado que já se viu na história econômica. Muitos países inclusive o Brasil que seguiam um caminho virtuoso deram uma grande guinada à esquerda após essa crise, guinada essa cujo preço começa a aparecer. Da mesma forma que não podemos culpar o ideário igualitarista pelos desmandos na Petrobras e outras empresas públicas, não podemos culpar o liberalismo por esses descalabros financeiros da crise de 2008. A economia liberal tem muitos defeitos mas é nela que o Homem pode realizar seu melhor potencial não somente para si próprio mas também para os outros. Não falo apenas da mão invisível do mercado mas falo também de pessoas abnegadas como você que se preocupam com outros. Pode ter certeza que o caminho das sociedades ditas igualitárias é o atalho mais rápido para supressão das liberdades individuais e de expressão. Nelas, certamente nós não poderíamos estar agora sustentando este diálogo. Nelas, pessoas como eu e você teríamos que guardar somente para nós os nossos pensamentos. A única liberdade que teríamos seria de expressar o pensamento coletivo que emana do Big Brother de plantão, que nem mesmo seria uma pessoa mas apenas uma máquina partidária impessoal e insensível as pessoas que alega defender e proteger. Entre essas duas escolhas eu prefiro o liberalismo porque na outra nem a escolha é possível.

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            02/12/2014 em 6:23 pm
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            Mas Jason, o países nórdicos que você citou tem um controle considerável sobre a economia mas ainda assim tem um controle ínfimo em relação ao Brasil

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          02/12/2014 em 5:24 pm
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          Pantaleão, acho que você entendeu mal. O Jason não está propondo seguir Cuba ou Venezuela mas sim o capitalismo humanitário dos países nórdicos. Temos que ajudá-lo a entender que esses países só puderam chegar nesse estágio porque são economias de mercado, com alternância no poder e liberdades individuais. São sociedades humanitárias evoluídas dentro de um arcabouço liberal e não o contrário. Seja lá qual for o sistema político e econômico, como bem disse o mestre Friedman, não tem almoço grátis. E a única coisa que paga bons e melhores almoços chama-se produtividade. E a produtividade é maior quando se deixa o gênio humano a solta. O resto é questão de gradação e escolha do nível que maximiza os benefícios em relação aos desvios de conduta individual e social. O importante para qualquer sociedade é manter a capacidade de fazer escolhas, que o liberalismo permite e a outra proposta não.

        • Roberto Barricelli
          09/01/2015 em 6:31 pm
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          Citou países no topo do índice de Liberdade Econômica e que são os que mais cortam o Welfare State no mundo. Inclusive, a Holanda anunciou o fim de seu Welfare State, através de sua família real. O crescimento econômico ocorre apesar do welfare state porque há ampla liberdade econômica, como defendem os liberais (esperando citar um autor “neoliberal”).
          Os “benefícios” sueco são cortados anualmente, saindo de um seguro desemprego de 5 anos para um de 2 anos e agora devem cortar para 500 dias (como na Noruega) e continuar nesse rumo.
          O imposto em relação ao PIB ainda é alto, mas tem diminuído anualmente. Outro detalhe, imposto de renda de pessoa jurídica nesses países é menor até que o de pessoa física no Brasil.
          Por fim, esses países estão nas piores colocações no IRBES (índice de Retorno de Bem Estar a Sociedade), ou seja, estado de bem estar social gerando o menor bem estar social.
          No IDH se recuperaram a partir de 1992 quando iniciaram as reformas econômicas liberais, pois durante o welfare state dos anos 40 aos 80 houve primeiro um aumento de curto prazo no IDH e depois este começou a cair, recuperando-se com aberturas econômicas, cortes de gastos e de impostos.
          Compare a Suécia entre 1809 e 1960, 1960 e 1932, 1932 e 1976, 1976 e 1992 e de 1992 para cá, pesquisando os índices sociais e econômicos de cada época.
          Em tempo, os países onde há as maiores rendas per captas nacionais são os que possuem maiores índices de liberdade econômica, compare os índices que compõe o IDH com o Index of Economic Freedom, sugestão que lhe dou.
          Abraços
          Roberto

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    01/12/2014 em 11:00 pm
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    Impossível ler esta carta sem lembrar do ditado que diz que “uma andorinha não faz verão” ou da fábula do escorpião e do sapo. O sapo acredita em histórias da carochinha e deixou o escorpião subir nas suas costas mesmo sem por nenhum momento renegar o seu ferrão. A grande dúvida é saber se o escorpião terá inteligência para aguardar a travessia do rio. Se o sapo viver, verá…e nós brasileiros que torcemos pelo melhor também. Nosso país precisa muito de disciplina fiscal e ainda mais da mão invisível do mercado para disciplinar essa calamidade que nos acomete. Mas o ?Joaquim sozinho…

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