A volta da CPMF é um escárnio!

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“Sou contra a CPMF”. “Não penso em recriar a CPMF, porque acredito que não seria correto” Dilma Rousseff (Campanha eleitoral de 2010)

“Governar o Brasil requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme.  Não dá para improvisar.” Dilma Rousseff (Campanha eleitoral de 2014)

É muita desfaçatez!  O Brasil, definitivamente, não merece essa senhora que nos governa e seus esbirros espalhados por 39 ministérios e num sem número de secretarias.

Embora exista um consenso no País, pelo menos fora do espectro mais radical do esquerdismo, sobre a necessidade de uma reforma estrutural que vise à redução da carga tributária e à simplificação burocrática da arrecadação, as ações políticas de dona Dilma e sua trupe têm caminhado exatamente para o outro lado.

Após muitas idas e vindas, muitos balões de ensaio e muita fumaça para despistar, a recente proposta de ressuscitar a malfadada CPMF beira o escárnio. Depois de passar toda a campanha eleitoral mentindo e prometendo à sociedade que não aumentariam os impostos, foram necessários somente poucos meses para que Dilma e seus acólitos mostrassem realmente a que vieram.

Além de extemporânea, contraproducente e prejudicial à já combalida economia do país, a proposta de recriação da CPMF denota um horroroso revanchismo do governo petista contra certos setores da sociedade, principalmente os que lutaram bravamente pela extinção daquele famigerado tributo – que como o próprio nome diz, deveria ser temporário, mas acabou torturando indivíduos e empresas durante algumas décadas. Um revanchismo, aliás, típico de mentes antidemocráticas, que não aceitam os reveses naturais do jogo político.

Não por acaso, desde a sua morte, em 2007, numa decisão histórica e incomum do Congresso Nacional, o espectro da CPMF paira sobre as cabeças dos pagadores de impostos. A ameaça agora, como de hábito, veio adocicada pela mais nobre e pungente das intenções: buscar recursos para cumprir os desembolsos previdenciários que beneficiam os velhinhos do país inteiro.  Levy chegou a dizer, de forma desavergonhada, que cada um de nós, ao comprar um hamburguer, estaria contribuindo com dois milésimos do preço para melhorar a vida dos nossos idosos, como se esses não tivessem contribuído (obrigatoriamente) para a previdência pública durante muitos anos, tendo visto seus recursos serem dilapidados por sucessivas administrações e seus benefícios minguarem ano após ano.  Ademais, será que este senhor realmente acredita que a CPMF embutida no preço de um hambúrguer representa somente 0,2% do preço final?  Dependendo da resposta, ou este senhor é um grande mentiroso ou um completo ignorante, que não entende patavina de economia e tributação.  Façam suas apostas…

Enfim, a proposta de recriação da CPMF é, na melhor das hipóteses, a prova cabal de que o atual governo está absolutamente despreparado para a tarefa para a qual foi eleito, e, na pior delas, a admissão de que 40% da nossa renda, cinco meses de nosso trabalho ainda não são suficientes para abastecer suas maletas, meias e cuecas.

Esperemos que o Congresso tenha um mínimo de bom senso e rejeite essa estrovenga.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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