Governo vence a medalha de ouro na modalidade gasto inútil: “o bolsa-pódio”
*BERNARDO SANTORO
Segundo a agência oficial de mídia do governo brasileiro, a EBC, a Presidente Dilma vai criar uma nova modalidade de ajuda ao esporte olímpico brasileiro, o “bolsa-pódio”. Destaque da reportagem:
“O Programa Bolsa Pódio é uma nova categoria do Bolsa Atleta, executado pelo Ministério do Esporte, e faz parte do Plano Brasil Medalhas, que investirá, até 2016, mais de R$ 1 bilhão no esporte nacional. A meta é possibilitar que o Brasil fique entre os dez primeiros colocados nos Jogos Olímpicos de 2016 e entre os cinco melhores nos jogos paralímpicos do mesmo ano”.
Investimento em esporte é realmente uma função de Estado? Entendemos que não. A prática amadora de esportes, feita com acompanhamento profissional, é muito boa para os cidadãos e deve sempre ser encorajada, de forma que pessoas vivam de maneira mais saudável. Mas em uma sociedade cujos recursos são reduzidos, investir mais de R$ 1 bilhão nessa atividade, ainda mais já profissionalizada, é muito temerário. Um governo com o mínimo de cuidado com o erário público deve se preocupar com as verdadeiras necessidades da sociedade, e não com uma atividade supérflua como o esporte profissional.
O esporte profissional tem totais condições de se auto-sustentar através de patrocínios, televisionamento e venda de ingressos, ou seja, através do livre-mercado. Se um determinado esporte não consegue se sustentar pelo mercado, é porque a sociedade está dando um recado, na prática, de que não gosta do referido esporte, preferindo usar seus recursos em outras práticas esportivas e de lazer. O uso do dinheiro governamental para determinados esportes que não conseguem se auto-sustentar é consequência de lobby dessas entidades organizadas e não são do interesse do brasileiro comum.
Além disso, o uso de dinheiro público nesses esportes olímpicos pode ser visto como propaganda governamental perante outros países. Países comunistas foram useiros e vezeiros nessa prática. E eu não consigo imaginar gasto mais inútil do que esse, especialmente quando temos tantas carências sociais.
O que precisamos mesmo é de um estado enxuto que pare de ganhar seguidamente a medalha de ouro em “saltos orçamentários”.
*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL