O Socialista e o Iphone
A genial maneira escolhida para ironizar a hipocrisia da esquerda, evidenciando a promíscua relação entre os amantes do socialismo e os produtos do capitalismo, serve de estímulo a uma análise um pouco mais profunda desta questão.
Devemos nos perguntar, por que Steve Jobs criou e colocou à venda um produto tão magnífico como o iPhone? Por que as pessoas, inclusive você, Socialista de iPhone, adquiriram o seu, pagando o que tiveram que pagar?
Por uma razão muito simples, todos, seja o Steve Jobs, ou qualquer outra pessoa neste mundo, acreditam que é do seu auto-interesse fazê-lo, pois ao final, acabariam lucrando.
Steve Jobs acabou bilionário, porque em nome de seu auto-interesse, atendeu a milhões de consumidores. Assim como, um socialista qualquer, pelo mesmo motivo, incorporou ao seu dia-a-dia, algo com valor muitas vezes maior do que pagou por ele.
Esta é a lógica central, que embasa as relações entre indivíduos, que usam o seu auto-interesse racional, para obter as condições necessárias, para uma vida melhor, mais produtiva, mais econômica e mais feliz.
É o legítimo processo de livre-mercado, onde as trocas voluntárias e espontâneas produzem resultados maiores do que a soma das partes, podendo assim, ser chamado de jogo do ganha/ganha, onde, ganha quem compra e ganha quem vende. Indo além desta análise, que colocou em igualdade de condições, um genuíno capitalista, Steve Jobs, e qualquer Socialista de iPhone, cabe-nos fazer a seguinte reflexão: como alguém pode produzir um iPhone e como alguém pode adquiri-lo?
Obviamente, através da necessária geração anterior de valor. Ou seja, para que Steve Jobs pudesse vender um iPhone, ele precisaria concebê-lo, produzi-lo, divulgá-lo até oferecê-lo ao mercado consumidor. Para que isso se tornasse realidade, além da sua própria mente, da sua genialidade, ele precisaria de gente que financiasse seu empreendimento, no caso, acionistas ou banqueiros que usariam os seus recursos disponíveis para que Steve Jobs pudesse tornar seu sonho uma realidade.
Por outro lado, como alguém poderia adquirir o produto resultante desta iniciativa empreendedora de Steve Jobs? Obviamente também, gerando valor para outras pessoas que retribuiriam pagando pelo que obtivessem. Ou seja, o jogo do ganha/ganha estaria sendo jogado entre todos aqueles que estivessem exercendo o legítimo direito de buscar a satisfação do seu auto-interesse.
Trocas voluntárias, transações livres e espontâneas para a satisfação mútua de autointeresses convergentes, através da produção de bens e geração de valor, são a alma do capitalismo. Por isso que não se diz Capitalista de iPhone. Não faria sentido. Os conceitos capitalista e produto do capitalismo são indissociáveis, não-contraditórios.
Por que torna-se sarcástica a expressão Socialista de iPhone? Por que ela é contraditória. Nenhum socialista quer viver no socialismo. Todos querem alcançar poder suficiente, para viver como um capitalista. Porém, com o dinheiro dos outros.
É por isso que socialistas defendem o uso da violência, como meio para obterem os valores que necessitam para se satisfazer. E é a violência que destrói a alma do capitalismo, o sistema de relações interpessoais, baseado em trocas espontâneas e voluntárias, livres da coerção. É o capitalismo que possibilitou que Steve Jobs criasse o iPhone.
Capitalistas vêem as relações no mercado como um jogo de ganha/ganha, socialistas acreditam se tratar de um jogo de soma zero, onde para um ganhar, o outro tem que perder.
É por isso que socialistas de iPhone são uma contradição ambulante, sujeitos a mais sagaz das críticas, o humor irônico ou sarcástico.
Para fazer uma analogia, um socialista com iPhone é como um ateu carregando um crucifixo no peito.
É claro que há uma diferença fundamental metafísica, o iPhone pode propiciar ao socialista, uma vida melhor.
Encerro com um desafio: ou vocês deixam de ser socialistas, ou devolvam seu iPhone na loja mais próxima.
– Publicado originalmente no Socialista de Iphone.
Isso sem falar da jacuzada nacional, o séquito das missões oficiais, gastando nosso dinheiro nos melhores hotéis, vinhos da melhor safra, compritchas mil, três vans para bagagens, 19 limousines para levar a cambada (imaginem a pose desse pessoal, imitando aquilo que só viram em filmes e, no entanto, antes viviam criticando como consumo malvado dos países capitalistas…).
Ah, bem que podia existir mesmo aquele tal inferno de que falam certas religiões. E, nesse caso específico, um inferno comunista, no qual os esquerdistas tivessem de viver ad eternum daqueles planos quinquenais da fragorosamente fracassada experiência da URSS (que o diabo a tenha).
Certa feita um esquerdista, quando confrontado por mim com a incongruência acima referida, saiu-se com essa: “Só porque sou socialista, não mereço as coisas boas do mundo? Só você, capitalista, pode tê-las?”. Obviamente, precisei explicar ao rapaz que “coisas boas” não dão em árvore (faz-se necessário um complexo processo produtivo que transforma plástico e silício em um smartphone – uma empreitada para a qual somente o lucro pode motivar alguém a engajar-se); não é uma questão apenas de colhe-lhas e distribuí-las – e ainda que fosse, haveria custo, camarada!
O seu amigo socialista deveria ser grato a privatização do sistema Telebrás que possibilitou a livre concorrência entre as operadoras e a possibilidade de entrarmos no primeiro mundo, pelos menos no quesito telecomunicações. :-)
Sim, mas não se esqueça que deveria ser feita também uma desestatização do setor, não apenas a privatização.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1160